terça-feira, 22 de setembro de 2009

UYUNI











Pegamos o trem 3h30pm em Oruro com destino a Uyuni. Trem luxuoso, com tv cadeiras confortaveis, servico de bordo e um bucado de gringo. Paisagens muito bonitas; lagos repletos de flamingos, a cordilheira andina ao fundo, por do sol magico. Na tv passou um filme com o keanu reeves dos novos, que nem sei o nome, e ninguem tava nem ai. Quando comecou 2 filhos de francisco todo mundo ficou ligado, e nao so no meu vagao. Chegamos em uyuni 10:20, frio forte e fomos direto ao hostal avenida(indicacao do meu guia) pegamos o ultimo quarto duplo com banheiro(50 bols). Fomos comer e quese tudo fechado, mesmo assim comemos. Deixamos para fechar o tour pelo salar na hora, pois no forum dos mochileiros é indicacao forte. Resultado: quase sobramos e nos descontos da prorrogacao conseguimos. Fechamos o tour de 4 dias, mas o primeiro dia foi com um grupo de um dia só e eu e eduardo dormiriamos no pé do vulcao Tunupa. O grupo: um senhor boliviano com duas senhoras, todos de uyuni e muito simpaticos, um casal de um argentinho fedorento e uma paulista bunda suja com uns artesanatos pendurados num pedaco de cano, Edgar o guia, cozinheiro, mecanico e motorista. Primeiro fomos a um povoado na beira do salar chamado colchi que vende artesanatos em sal, depois ao museo de sal, muito interessante pois há varias figuras e inclusive toda a casa em sal. Lo go em seguida adentramos na imensidao de 12.000km de deserto albino e salgado e paramos na isla del pescado, uma ilha de formacao vulcanica que tem um ecossistema peculiar com cactos gigantes, passaros e outros animais e plantas. Aqui pagamos 15 bols para subir e na fila conhecemos um casal de cariocas coroas bem descolados e gente boa, e uma paulista. Nao consegui subir tudo pois faltou gas e o coracao acelerou. Almocamos la mesmo numa mezinha de pedra, e enquanto subiamos o Edgar fez o rango; carne de lhama, macarrao, arroz e salada. Todos grupos fazem o mesmo, cerca de 20 jipes. Na alta temporada sao em torno de 200 jipes por dia. Seguimos para o vulcao tunupa, onde eduardo e eu quedariamos, para no dia seguinte as 2h outro grupo nos pegar para os 3 dias de tour( a senhora da agencia garantiu que ja tinham 2 ticas da holanda confirmadas) mas eduardo resolveu voltar pois a grana tava curta e ele queria ir até o peru ainda. Fiquei numa hospedagem que é também a casa de dona Zumania, velhinha gente fina. É um povoadozinho que fica ao pé do vulcao que tem 5.200m e de frente para a imensidao branca do salar. Aqui passei um final de tarde imortal com o sol se escondendo por tras do vulcao, flamingos e lhamas pastando na grama que separa o deserto de sal do povoado, cores jamais catalogadas, apenas eu e uns poucos turistas aproveitamos até o vento desembainhar sua lamina cortante e nos convidar a ir comer e descansar. Na minha hospedagem só tinha eu quando cheguei as 4h, mas chegou um grupo de espanhois e argentinos em numero de 5, Alejandro, o argentino gente boa e a espanhola que esqueci o nome conversaram bastante comigo até irmos dormir, pois dona Zumania arrepiou na janta, botou uma sopa com pao, e depois um prato de lhama, batatas, arroz e salada. Dei uma olhada no ceu negro peneirado de estrelas e satelites e me recolhi. De manha cafe reforcado para subir ao vulcao, o grupo foi de jipe até o primeiro mirante, onde ficam as mumias de uma civilizacao pre-incaica e subiram ao topo. Eu o lobo solitario subi de bota mesmo, foram 1:50mim, parando bastante e bem devagar até a gruta onde ficam as mumias. Fascinante a gruta, segundo um nativo foram cacadores que se refugiaram por ali e congelaram, o que explica a forma intacta em que se encontram, sao 6; um que parece ser o chefe numa especie de trono com alguns artefactos de barro ao redor, do seu lado uma outra que parece estar cuidando de 2 pequeninas mumias aninhadas, do outro lado mais duas sentadas em cadeiras de pedra. O local e intrigante, parece que morreram a pouco, respira-se vida ali. Depositei minha contribuicao de folhas de coca para cada uma das mumias e iniciei a descida, que foi de uma hora, mas poderia ser mais rapida, meus olhos paravam meu corpo a toda hora pois segundo eles nunca tinham visto nada mais bonito e inospito. Cheguei na hospedagem e o grupo que me pegaria já estava lá pronto para o almuerzo, surpresa: no lugar das ticas 3 jovens belgas. Almocamos e seguimos para quedar em San Juan, eu tava quebrado.

Um comentário:

  1. Zéo,

    Seus relatos são de arrepiar... emocionante mesmo! "12 mil km de deserto albino e salgado" deve ser impressionante...

    Quem assina aqui é Carine de Flavinho, que por sinal está te mandando um abração!!! Deus te proteja!

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